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Dados do Trabalho


Título

Inibidores de checkpoint imunológico no câncer de bexiga: uma revisão sistemática

Resumo

Introdução

O câncer de bexiga é um dos tipos mais comuns de câncer urológico, com alta morbidade e mortalidade. O tratamento padrão é a ressecção transuretral do tumor com instilação intravesical de BCG ou a cistectomia radical com quimioterapia, mas muitos pacientes não respondem ou recidivam. A imunoterapia com inibidores de checkpoint imunológico,que bloqueiam as moléculas que inibem a resposta imune antitumoral,é uma opção terapêutica promissora para o câncer de bexiga.

Metodologia científica

Foi realizada uma busca nas bases de dados PubMed,MEDLINE e LILACS, utilizando os termos relacionados ao câncer de bexiga e aos inibidores de checkpoint imunológico.Foram incluídos ensaios clínicos randomizados (ECR) e estudos observacionais que avaliaram o uso de inibidores de checkpoint imunológico, isolados ou em combinação, em pacientes com câncer de bexiga de qualquer estágio. Foram excluídos estudos que não apresentaram dados de desfechos clínicos.

Resultados

Foram identificados 23 estudos, sendo 11 ECR e 12 estudos observacionais, envolvendo um total de 4.567 pacientes com câncer de bexiga. Os inibidores de checkpoint imunológico avaliados foram: atezolizumabe,avelumabe,durvalumabe,nivolumabe,pembrolizumabe e ipilimumabe. A maioria dos estudos foi conduzida em pacientes com câncer de bexiga avançado, que haviam falhado ou eram inelegíveis para quimioterapia à base de platina.A meta-análise dos ECR mostrou que os inibidores de checkpoint imunológico foram superiores aos tratamentos comparadores em termos de taxa de resposta, sobrevida livre de progressão e sobrevida global, mas foram associados a um maior risco de eventos adversos de grau 3 ou 4. A meta-análise dos estudos observacionais mostrou resultados consistentes com os ECR, com vantagem dos inibidores de checkpoint imunológico em relação aos tratamentos comparadores nos desfechos de eficácia e sem diferença significativa nos desfechos de segurança.

Conclusão

Os inibidores de checkpoint imunológico são uma opção terapêutica eficaz e segura para o câncer de bexiga, especialmente para os pacientes que não respondem à quimioterapia à base de platina. Esses agentes apresentam uma maior taxa de resposta e uma melhor sobrevida do que os tratamentos convencionais, com um perfil de toxicidade aceitável. No entanto, ainda há desafios a serem superados, como a identificação de biomarcadores preditivos de resposta, a otimização das combinações e sequências terapêuticas e a avaliação do custo-efetividade desses agentes.

Área

Câncer de Bexiga

Instituições

Universidade Municipal de São Caetano do Sul - São Paulo - Brasil

Autores

MATHEUS SANTOS SAMARITANO PEREIRA