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Dados do Trabalho


Título

TENDENCIA TEMPORAL DO CANCER DE PENIS NO BRASIL DE 2013 A 2023

Resumo

Introdução: O câncer (CA) de pênis é uma neoplasia que afeta especialmente países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil. Essa doença associa-se a diversos fatores atrelados às questões sociais, sendo eles a higiene íntima inadequada, fimose, infecções virais, tabagismo, promiscuidade sexual, baixo nível de educação escolar e alcoolismo. Assim sendo, o objetivo desse estudo foi elaborar e analisar a tendência temporal do câncer de pênis no Brasil no período de 2013 a 2023. Metodologia científica: Estudo ecológico de séries temporais da incidência e da mortalidade ajustados por idade relacionados ao CA de pênis. Foram utilizados dados do Painel Oncologia e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Sistema Único de Saúde (SUS). A tendência temporal foi dada por regressão Joinpoint com transformação de logaritmo natural, as quais foram classificadas em crescentes, decrescentes e estacionárias a partir de seus intervalos de confiança (IC) e p-valor. Resultados: Durante o período observado, foram registrados 7.659 casos de CA de pênis e 4.540 óbitos. As regiões Nordeste e Sudeste foram responsáveis por 66,5% dos casos e por 68% dos óbitos totais. Observou-se, porém, que as séries de incidência de todas as regiões são estacionárias (p > 0.05), porém com quebras na tendência em 2020 ou 2021, as quais transformaram as tendências, antes crescentes, em estacionárias. Além disso, todas as séries de mortalidade foram classificadas como decrescentes (p < 0.05), mas com quebras em 2021. A maior Variação Percentual Anual Média (AAPC) foi no Sul (8,4%) e menor no Norte (-4,3%) para incidência, enquanto, para a mortalidade, a maior foi no Norte (-16,2%) e a menor no Centro-Oeste (-18,3%). No Brasil, o AAPC da incidência é de 4,4% e da mortalidade, -17,1%. Ademais, tanto as maiores incidências médias por 1 milhão de habitantes foram encontradas no Norte (7,06) e no Nordeste (6,71), quanto as maiores mortalidades médias, 6,04 e 5,09 – respectivamente. Conclusão: Evidencia-se uma tendência temporal estacionária para os casos de CA de pênis e tendência decrescente em relação a mortalidade no período avaliado. As quebras de incidência podem ser indícios de subnotificação devido a pandemia de COVID-19, enquanto a tendência decrescente da mortalidade pode indicar resultados mais satisfatórios nas técnicas curativas. A partir disso, verifica-se a necessidade de ampliação das políticas de prevenção e diagnóstico precoce, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.

Área

Câncer de Testículo e Tumores Raros

Instituições

Fundação Hospital das Clínicas Gaspar Vianna - Pará - Brasil, Uiversidade do Estado do Pará - Pará - Brasil

Autores

JULIANA KALIF DOS SANTOS, ANTÔNIO LUCAS BERGH PEREIRA, ÁDRIA RAYANE LIMA CASCAES, GABRYELLA SILVA QUINTELA, PEDRO HENRIQUE LAGO DE OLIVEIRA, FELIPE EDUARDO ANDRADE SOUSA, ISABELA NASCIMENTO DUARTE RODRIGUES, JOÃO VICTOR SANTOS MACEIÓ DA GRAÇA, EDUARDO PIOTTO LEONARDI, RUI WANDERLEY MASCARENHAS JUNIOR